quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tubarões NÃO conseguem distinguir cores, mas contrastes


Um novo estudo sobre a visão de tubarões pode ajudar a prever ataques a humanos e na arte da pesca. Pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental e Queensland analisaram o potencial de visão das cores em algumas espécies de tubarões australianos e descobriram que, na verdade, estas criaturas ferozes podem não distinguir as cores.

A equipe mediu as células sensíveis à luz nos olhos dos animais usando um instrumento especial chamado microspectrofotômetro e concluiu que eles têm apenas um tipo de cone fotorreceptor de retina. “Os seres humanos têm três tipos de cones que são sensíveis à luz azul, verde e vermelho, respectivamente, e comparando os sinais de diferentes tipos de cones temos a sensação de visão de cores”, explica Nathan Hart, responsável pelo trabalho. “Entretanto, descobrimos que os tubarões têm apenas um tipo de cone único e convencional, e isto significa que eles não têm visão de cores”.

Há tempos se acreditava que os tubarões poderiam distinguir as cores. Tanto é que a marinha dos EUA teria desistido de usar coletes salva-vidas amarelo, pois estes animais teriam preferência por alvos desta cor. “Nosso estudo mostra que o contraste com o fundo, ao invés da cor por si só, pode ser mais importante para a detecção dos objetos por tubarões, e isso pode nos ajudar a conceber de forma diferente a pesca com iscas, que são menos atrativas para os tubarões, embora ainda eficaz para espécies alvo de peixes”, ressalta Hart.

Uma das espécies de tubarão estudadas pela equipe foi a Carcharhinus leucas, responsável por inúmeros ataques a humanos. Este tubarão é uma espécie agressiva e muitas vezes habita águas rasas.

“Agora que nós sabemos um pouco mais sobre como estes tubarões podem ver o mundo, pode ser possível projetar trajes de natação, surf e embarcações com menos contraste visual e que, portanto, são menos atraentes”, diz o pesquisador. Para a equipe, a maioria dos ataques pode ser resultado da curiosidade do tubarão, que foi atraído por um estímulo incomum – diferentemente de uma premeditada emboscada.


Submitted by Ciência Diária on Tuesday, 18 January 2011(http://cienciadiaria.com.br/2011/01/18/vida-em-preto-e-branco-tubaroes-nao-conseguem-distinguir-cores/)
Crédito da foto: University of Western Austrália.

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