sexta-feira, 29 de abril de 2011

Como Acontece o Reflexo da Tosse?


Foto da Internet

Os brônquios e a traquéia são tão sensíveis a um toque leve, que quantidades mínimas de material estranho ou substâncias que causam irritação iniciam o reflexo da tosse. Impulsos nervosos aferentes passam das vias respiratórias (principalmente pelo nervo vago) ao bulbo (medula oblonga), onde uma seqüência automática de eventos é disparada por circuitos neuronais locais, causando os seguintes efeitos:

- inspiração de até 2,5 litros de ar;

- fechamento da epiglote e das cordas vocais para aprisionar o ar no interior dos pulmões;

- contração forte dos músculos abdominais e dos músculos intercostais internos, empurrando o diafragma e provocando aumento rápido de pressão nos pulmões (de 100 mmHg ou mais);

- abertura súbita das cordas vocais e da epiglote e liberação do ar dos pulmões sob alta pressão.

Desta forma, o ar que é expelido de forma explosiva dos pulmões para o exterior se move tão rapidamente que carrega consigo qualquer material estranho que esteja presente nos brônquios e na traquéia.
Foto da Internet

Como acontece o espirro?

O reflexo do espirro é muito parecido com o reflexo da tosse, exceto pelo fato de se aplicar às vias nasais, ao invés das vias respiratórias inferiores: o estímulo que inicia o reflexo do espirro é a irritação das vias nasais. Impulsos aferentes (impulsos que se dirigem ao sistema nervoso central) passam do quinto par de nervo craniano ao bulbo, onde o reflexo é disparado. Uma série de reações semelhantes às do reflexo da tosse acontece, grandes quantidades de ar passam rapidamente pelo nariz, ajudando, assim, a limpar as vias nasais.

Você sabia que:

- o ar que sai das narinas durante o espirro atinge em média 150 Km/hora?

- ao espirrarmos espalhamos aproximadamente 40 mil gotículas de saliva?

Por isso o espirro é uma excelente fonte de transmissão de doenças respiratórias.
Uma curiosidade:
Por que é impossível espirrar de olhos abertos?

Tirando o mito primeiro: não é porque os olhos podem sair da órbita que os fechamos ao espirrar.

Quando uma partícula estranha entra no corpo pelas vias nasais, estimula os receptores locais que, por meio do nervo trigêmeo (que coordena os movimentos da face), avisam o tronco encefálico que é hora de entrar em ação.
Ao receber a mensagem, o tronco encefálico reage imediatamente à invasão, gerando uma série de impulso motores que contraem o abdômen, o tórax e o diafragma, até chegar ao nervo facial.
Os reflexos que chegam ao nervo facial também desencadeiam movimentos para expulsar a partícula estranha. Essas contrações atingem diversos músculos da face, incluindo o músculo orbicular, que controla o abrir e o fechar dos olhos. Como resultado de todo esse esforço,  fechamos os olhos.
Foto da internet

Cones e Bastonetes

Os Cones são as células do olho que têm a capacidade de reconhecer as cores. Já os bastonetes, outro tipo de célula do olho, têm a capacidade de reconhecer a luminosidade. Existem aproximadamente 6 milhões em cada olho humano concentrados na região da retina.
Os Bastonetes são células fotorreceptoras da retina que conseguem funcionar com níveis de luminosidade baixos. São basicamente responsáveis pela visão noturna ou detecção de objetos. Têm este nome devido à sua forma alongada e cilindrica. São também usados na visão periférica. Estas células estão concentradas mais externamente na retina.
Quando uma pessoa vai a um ambiente mais escuro, os bastonetes trabalham de forma que os objetos fiquem mais perceptíveis. São 100 vezes mais sensíveis à luz que os cones, mas detectam apenas tons de cinza.
A ativação de um bastonete, ocorre por meio de um processo chamado hiperpolarização e sua sensibilidade à luz depende de uma proteína chamada Rodopsina.
                                                                     Foto da internet

terça-feira, 26 de abril de 2011

Picada sem risco

Criado mosquito transgênico que combate a malária. Os cientistas o modificaram geneticamente para que tenha olhos verdes, de fácil identificação, e que consiga se reproduzir mais do que o normal


O combate à malária, doença que chega a atingir um caso por 1.000 habitantes em algumas regiões da Amazônia, pode ter ganho um valioso aliado. Na semana passada, uma equipe da universidade americana Johns Hopkins anunciou a criação de um mosquito geneticamente modificado que se torna imune ao plasmódio, o parasita causador da malária.
Dessa forma, mesmo que ele sugue o sangue de animais contaminados com a doença, suas picadas não a transportam para os seres humanos. Para erradicar a malária de uma região, a idéia é introduzir dezenas de milhares deles nas áreas infestadas pelos mosquitos que transmitem a doença.
Caso se repitam os resultados obtidos em laboratório, os mosquitos transgênicos, que vivem mais e colocam maior quantidade de ovos, poderão suplantar em quantidade a população de mosquitos nocivos. O chefe da equipe da Johns Hopkins é o cientista brasileiro Marcelo Jacobs-Lorena, radicado nos Estados Unidos.
O mosquito geneticamente modificado - cujos olhos são verdes fluorescentes para facilitar a identificação - foi apresentado pela primeira vez por seus criadores há cinco anos, mas temia-se que ele não fosse resistente o suficiente para vencer a competição pela sobrevivência com o transmissor do plasmódio.
Experiências recentes mostram que o projeto evoluiu. Foram colocados 1.200 mosquitos de cada tipo numa estufa com ratos contaminados pela malária. Em apenas nove gerações, o mosquito transgênico já representava 70% da população da estufa. O próximo passo é testar o novo mosquito a céu aberto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Descoberta genética pode trazer avanços no combate à malária

Uma mudança genética em mosquitos que transmitem a malária pode ser a chave para frear o avanço da doença. A sugestão é de uma pesquisa da Imperial College, em Londres, Inglaterra, e da Universidade de Washington, em Seattle, EUA.
A pesquisa mostrou como mudanças genéticas podem ser introduzidas em grandes populações de mosquitos com alterações em apenas poucos indivíduos.
Em laboratórios, os cientistas introduziram um gene verde fluorescente – um marcador de fácil observação – em 99% dos mosquitos de uma população. Eles foram misturados com mosquitos que carregavam um segmento de DNA com uma enzima capaz de desativar o gene fluorescente
Depois de 12 gerações, mais da metade dos indivíduos já não tinham mais o marcador verde fluorescente. Foi a primeira vez que um experimento do tipo obteve sucesso, e sugere que uma técnica similar possa ser usada em populações selvagens.
“É um desenvolvimento tecnológico empolgante, que eu espero que abra caminho para soluções para muitos problemas de saúde mundo afora. Demonstra um potencial significativo para controlar mosquitos que espalham doenças. Esperamos conduzir muitos outros experimentos para determinar a segurança e a confiabilidade”, afirmou o professor Andrea Crisanti, um dos autores da pesquisa.
O estudo foi publicado pela revista científica “Nature”.

Do G1, em São Paulo

Casal de cientistas brasileiros fazem cópia fiel do dente humano

São Paulo - Dois cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) avançaram nas pesquisas em busca da terceira dentição que é realizada em parceria com institutos e centros de pesquisas brasileiros e norte-americanos, reproduzindo com êxito um molde de dente humano em formato e tamanho igual ao gerado no corpo humano.

Eles já tinham desenvolvido coroas completas com dentina, esmalte, polpa e ligamento periodontal na mandíbula e no abdome de ratos. A novidade agora foi alcançar uma cópia fiel de toda a estrutura de um dente normal por meio da técnica tridimensional a partir de dados obtidos em tomografias ou ressonâncias magnéticas.

Mônica Talarico Duailibi, pesquisadora do Centro de Terapia Celular e Molecular (CTCmol) da (Unifesp) e professora nesta mesma instituição da disciplina de cirurgia plástica, conta que há 11 anos, ela e o marido, o também cirurgião-dentista, e professor da Unifesp, Silvio Duailibi, foram convidados a participar das experiências do cientista Joseph Vacanti, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School.

O casal conseguiu, em 2004, construir coroas dentais no abdome de ratos com o uso da engenharia tecidual. Quatro anos mais tarde, desenvolveram essas coroas nas mandíbulas dos animais a partir de células-tronco adultas retiradas de dentes da mesma espécie. Para avançar nessas pesquisas, faltava , porém, “estabelecer o tamanho ideal e individualizado daquilo que a pessoa precisa e por meio dessa técnica, a gente pôde começar a construir por computador a forma individualizada de caninos e pré-molares”, disse Mônica.

De acordo com ela, atualmente, a pesquisa está na fase pré-clínica e ela acredita que essa etapa seja concluída dentro de cinco anos para que então sejam realizados os testes em humanos.

A ideia é a de que se tenha um mesmo doador e receptor. E a grande vantagem disso, conforme esclarece Silvio Duailibi, á de que “a pessoa que for fazer uso do resultado dessa técnica não precisará de medicamentos para diminuir a imunidade, ou seja, para evitar rejeição como ocorre hoje no caso de transplantes de órgãos.

Ele reconhece que os implantes são hoje a melhor alternativa terapêutica, mas defende que eles apenas reparam o órgão. “Os dentes têm um ligamento em volta dele que une ao osso. Esses ligamentos têm terminações nervosas que estão ligadas ao cérebro e a todo o sistema nervoso e elas servem para orientar a força de mastigação. O implante metálico não tem isso, então, ele entra no conceito de reparação. Nós estamos visando uma nova saída em que se poderá regenerar e não apenas fazer a reparação de algo que está estragado”.

O pesquisador salientou que essa técnica não serve só para dentes. Por meio dela, segundo observou, no futuro, poderão ser construídos ossos, cartilagens, mucosa, pele e outros órgãos como fígado e rim.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tubarões NÃO conseguem distinguir cores, mas contrastes


Um novo estudo sobre a visão de tubarões pode ajudar a prever ataques a humanos e na arte da pesca. Pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental e Queensland analisaram o potencial de visão das cores em algumas espécies de tubarões australianos e descobriram que, na verdade, estas criaturas ferozes podem não distinguir as cores.

A equipe mediu as células sensíveis à luz nos olhos dos animais usando um instrumento especial chamado microspectrofotômetro e concluiu que eles têm apenas um tipo de cone fotorreceptor de retina. “Os seres humanos têm três tipos de cones que são sensíveis à luz azul, verde e vermelho, respectivamente, e comparando os sinais de diferentes tipos de cones temos a sensação de visão de cores”, explica Nathan Hart, responsável pelo trabalho. “Entretanto, descobrimos que os tubarões têm apenas um tipo de cone único e convencional, e isto significa que eles não têm visão de cores”.

Há tempos se acreditava que os tubarões poderiam distinguir as cores. Tanto é que a marinha dos EUA teria desistido de usar coletes salva-vidas amarelo, pois estes animais teriam preferência por alvos desta cor. “Nosso estudo mostra que o contraste com o fundo, ao invés da cor por si só, pode ser mais importante para a detecção dos objetos por tubarões, e isso pode nos ajudar a conceber de forma diferente a pesca com iscas, que são menos atrativas para os tubarões, embora ainda eficaz para espécies alvo de peixes”, ressalta Hart.

Uma das espécies de tubarão estudadas pela equipe foi a Carcharhinus leucas, responsável por inúmeros ataques a humanos. Este tubarão é uma espécie agressiva e muitas vezes habita águas rasas.

“Agora que nós sabemos um pouco mais sobre como estes tubarões podem ver o mundo, pode ser possível projetar trajes de natação, surf e embarcações com menos contraste visual e que, portanto, são menos atraentes”, diz o pesquisador. Para a equipe, a maioria dos ataques pode ser resultado da curiosidade do tubarão, que foi atraído por um estímulo incomum – diferentemente de uma premeditada emboscada.


Submitted by Ciência Diária on Tuesday, 18 January 2011(http://cienciadiaria.com.br/2011/01/18/vida-em-preto-e-branco-tubaroes-nao-conseguem-distinguir-cores/)
Crédito da foto: University of Western Austrália.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um novo caminho

Olá, pessoal!

A partir de hoje faço parte da blogosfera. Biólogo de formação e de devoção, me atrevo a trilhar um caminho, até então, totalmente desconhecido para mim. Espero, neste espaço, contribuir com reflexões, leituras e curiosidades da ciência, para os que me "seguirem". Entre, acompanhe, sugira, comente. Espero que essa trajetória, seja longa e próspera, assim como minha a da minha docência (26 anos). Avante!

Ecoturismo com Educação Ambiental: Um Paradigma Sócio-Ambiental

O ecoturismo ou turismo ecológico vem atraindo, cada vez mais, adeptos em todo o planeta. Assim, torna-se importante discutir suas práticas e conteúdos, repensando seus verdadeiros propósitos e sua irregular utilização como forma de sustentabilidade para a execução de interesses que buscam a satisfação de necessidades e anseios econômicos sem se preocuparem com a degradação ambiental.
A desinformação em relação à Problemática Ambiental resultado de certas atitudes e da ambição desenfreada por lucro, sem observar os impactos negativos ao meio ambiente, refletem-se nas grandes catástrofes ecológicas que afetam todo o globo terrestre. Dentro dessa perspectiva pode-se verificar que a busca por um mundo mais saudável e de melhor qualidade de vida só será possível quando todas as pessoas tiverem uma conscientização sobre os problemas ambientais causados pelo próprio ser humano.
A problemática ambiental que alcança todo globo terrestre pode ser, no mínimo, atenuada se a Educação Ambiental, efetivamente, fizer parte dos processos educacionais das gerações atuais e futuras, não pelo estímulo de leis governamentais, mas pelo idealismo e iniciativa dos professores e a participação de toda a sociedade.
No início da década de 70, em alguns países da Europa, a preocupação com a questão ambiental ganhou espaço no setor econômico, impulsionando empresas a investirem em sistemas de gerenciamento ambiental, mesmo visando essencialmente o lucro. Atualmente, muitas empresas, com o mesmo ideal do passado “o lucro”, estão empenhadas na conquista de certificações ambientais que lhe abrirão novas divisas. Aos poucos, todos esses processos decisórios produzirão um efeito em cadeia que contribuirá para a formação da consciência ecológica de cada indivíduo em prol de um meio ambiente sustentável.
É necessário repensar a relação entre o homem e a natureza como uma troca de benefícios, na qual a natureza contribui para o bem estar físico, mental e social do homem, ao mesmo tempo que ele aprende a conhecê-la, respeitá-la e conservá-la.
A mudança de consciência, o resgate e a criação de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente são atributos que a educação ambiental pode proporcionar ao homem. Portanto, o Ecoturismo com Educação Ambiental é a melhor maneira de estabelecer uma coexistência harmônica entre o homem e o meio ambiente.
Um novo paradigma poderá emergir da mudança de postura e adoção de estratégias empresariais, quando aliadas aos princípios da Educação Ambiental para a sustentabilidade, podendo tornar a prática do ecoturismo muito mais proveitosa e interessante e proporcionar beleza e diversão aliadas à cultura, educação e fundamentalmente à mudança de comportamentos.


Autor do artigo: Marco Antonio Bertini
Pesquisador em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
EESC/CRHEA/USP